ELASTICIDADES POLÍTICAS

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A Pesquisa Datafolha de intenção de voto a Prefeito de São Paulo deu os seguintes resultados: José Serra, do PSDB: 30%; Celso Russomano, do PRB: 26%; Fernando Haddad, do PT: 7%; Soninha Francine, do PPS: 7%; Gabriel Chalita, do PMDB: 6%; Paulinho da Força, do PDT: 5%. A manchete do jornal foi: PESQUISA DATAFOLHA INDICA EMPATE TÉCNICO.

Empate técnico? Como assim?! Calma leitor racional, o jornal esclarece: “O empate técnico se caracteriza porque a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais.” Ah, bom, somando-se 26 + 3 o resultado é 29, ou seja, quase 30! Então, dando um chute nas leis da matemática para ajustá-la ao critério citado, temos que o resultado de 30% sobre 26% constitui empate técnico e não vitória do primeiro colocado.

Note, ainda, nervosinho leitor racional, que a margem de erro da pesquisa Datafolha varia de acordo com os resultados, pois em 2010 a imprensa esclarecia diante de outro empate técnico de Serra: “A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.” (Datafolha indica empate técnico entre Serra e Dilma).

Tome, pois, um calmante, leitor racional. Ou comporte-se como o Ministro do Desenvolvimento e Combate à Fome, Fernando Pimentel (PT), que se declarou “otimista” com o resultado de seu candidato, Patrus Ananias, na primeira Pesquisa Datafolha de intenção de votos em Belo Horizonte: Marcio Lacerda (PSB): 44%; Patrus Ananias (PT): 27%. Isso é mais que simples otimismo. É otimismo delirante. Mas vale tudo no jogo político da democracia brasileira.